Remembrance Ceremony at the Universalist Ecumenical Temple

Foi no passado dia 4 de Setembro que, pela primeira vez na Grande Loja Soberana de Portugal e conforme ditam os pergaminhos da nossa Augusta Ordem, se celebrou a memória e evocou o espírito dos nossos Irmãos que, tendo desaparecido do plano terrestre, se juntaram à Cadeia de União que perpassa as Eras. Desta vinda, coube à RL:. General Gomes Freire de Andrade Nº7, tomar as rédeas da Cerimónia da Lembrança que se ergueu para este efeito. Num momento único e em lugar peculiar que colocou a Abóbada Celeste ao nosso alcance, cumpriram-se assim os Ritos cujos propósitos se dignam a aproximar o Terreno, do Divino.

Em Miranda do Corvo, mais propriamente no Templo Ecuménico Universalista, escolheu o G:.A:.D:.U:. brindar-nos com um Céu nocturno, imaculado.

Ao terminar do dia, no ápice do Ocaso, onde praticamente só as silhuetas dos intervenientes se faziam notar, a mística do momento só se deixou suplantar pela luz da egrégora que, como Halo, se formou entre os Irmãos presentes e os seus convidados. Ao sabor do vento, certamente, ainda hoje lá estão as vozes dos que abriram o coração. Aqui, ignomínia seria não prestar homenagem ao Nosso Querido Irmão Fernando Correia que, com a sua habitual verticalidade e rigidez de Espírito, proferiu as Orações que nos elevaram muito além do Reino visível, fazendo-nos tocar naqueles que, mesmo já não partilhando a carne connosco, não nos deixaram. Ao som das árias cantadas pela Soprano Carla Bernardino numa performance singular, fez-se soar a música das esferas.

Arrisco, no entanto, dizer que, sobretudo, marcou-nos a possibilidade de poder partilhar todos estes momentos com aqueles que mais nos dizem. E quão raramente surge esta oportunidade na vida Maçónica de todos nós… Permitir um efémero vislumbre do Templo, coberto, àqueles que ainda não passaram a porta que dá acesso aos nossos mistérios.

A título pessoal, resta-me afirmar o que certamente afirmaria qualquer Venerável Mestre que na minha posição estivesse – A terrível responsabilidade de perpetuar tão nobre tradição Iniciática só é suplantada pelo gáudio do sentimento de missão cumprida. Num evento muito mais alargado que incluiu a visita ao Espaço da Mente, ode aos ditames litúrgicos que regem a vida do Maçom, marcou- se um dia ímpar que certamente ficará para história. Em ambiente de peregrinação e munidos de espírito aventureiro, escolheram os Maçons da Grande Loja Soberana de Portugal deslocar-se em peso a este canto do mundo, cuja a beleza austera e posição privilegiada, se dedica a exaltar a Paz, o Amor e o ecumenismo. Imortalizaram assim a vontade férrea que os rege.

Dos Irmãos da RL:. General Gomes Freire de Andrade, fica um enorme sentimento de gratidão.

Lembrando as palavras do seu Patrono, martirizado em prole dos valores da Liberdade: «Morrei Livres!» Certamente que o General, estando entre os Irmãos lembrados na Cerimónia e sentado à beira do abismo do Arco Celeste, nos olhou com o espírito revigorado e preenchido por pensamentos de esperança, augurando um futuro auspicioso para a nossa Obediência.

Lá deixámos a nossa Rosa.
Daquele dia, ficará certamente… A Saudade.

Ricardo Dias, Venerável Mestre da R:. L:. General Gomes Freire de Andrade